De acordo com Gasparin “A instrumentalização é o caminho pelo qual o conteúdo sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem e o recriem e, ao incorporá-lo é posto em instrumentos de construção profissional” (p.51).
Porém, faze-los ver o
conhecimento de um ângulo na fase preparatória irá avançar e é neste nível que
as perguntas levantadas irão exercer a função de incentivar o educando.
Esta construção se dá
na relação entre alunos, professores e conteúdo, sua ação conjunta proporciona
um momento de ruptura entre o conhecimento cotidiano e o científico.
O professor é que
define as características intrínsecas de cada conteúdo, não perceptíveis
aparentemente para o educando. Sendo esta tarefa será desenvolvido por meio da
Instrumentalização, momento em que irá consistir na solução das questões
emergidas nessa fase da “Problematização”.
A Instrumentalização
é a fase de estruturação do conhecimento científico. Mas, para compreender a
formação desses conceitos científicos, na fase escolar, Gasparin, baseou-se nas
teorias de Vigotski, e analisa como se
dá esse processo de construção na mente das crianças.
Portanto, para
Vigotski,”(...) o curso do desenvolvimento do conceito cientifico nas ciências
sociais transcorre sob as condições do processo educacional, que constitui uma
forma original de colaboração sistemática entre o pedagogo e a criança,
colaboração essa em cujo processo ocorre o amadurecimento das funções
psicológicas superiores da criança com o auxilio e a participação do adulto (...)
( p.57)
O desenvolvimento dos
conceitos científicos ocorre na mente da criança pelo mesmo caminho que o desenvolvimento dos conceitos cotidianos. Por
isso, enquanto criança, a elaboração sistemática deverá ser com o auxílio do
adulto. Gasparin enfatiza
que:
“Os conceitos do professor não são
transmitidos de forma mecânica e direta ao aluno: não são passados
automaticamente de uma cabeça para outra. O caminho que vai desde o primeiro
contato da criança com o novo conceito até o momento em que a palavra se torna
propriedade sua, como conceito cientifico é um complicado processo psíquico
interno e envolve a compreensão da nova palavra, seu uso e assimilação real.” (p.58)
O autor questiona
como a mente da criança reagirá ao confrontar-se no ambiente escolar com
conceitos mais aprimorados, ou seja, conceitos que antes não fazia parte do seu
cotidiano.
Mas Vigotski irá responder:
(...) poderíamos
dizer que os conceitos científicos, que se formam no processo de aprendizagem,
distinguem-se dos espontâneos por outro tipo de relação com a experiência da
criança, outra relação sua com o objeto desses ou daqueles conceitos, e por outras
vias que eles percorrem do momento da sua germinação ao momento da informação definitiva.
(p.60).
O autor enfatiza que esses
dois processos de construção conceitual e o nível de desenvolvimento dos dois
campos do conhecimento jamais ocorrerão ao mesmo tempo, pois a ampliação de um,
implica na estagnação do outro. Sendo um procedimento bem complexo.
“Desta maneira a tomada
de consciência, entendida como uma generalização conduz de imediato ao domínio,
á apreensão” (p.68).
“(...) o desenvolvimento da criança é
considerado um processo subordinado às leis da natureza, que transcorre segundo
um modelo de amadurecimento. A aprendizagem é vista como a simples utilização
externa das possibilidades surgidas no processo de desenvolvimento. Assim, a
aprendizagem constrói-se sobre o amadurecimento e depende do desenvolvimento.”
(p.71).
Beijos,.....
Maria do Carmo.
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